Presos cultivam hortaliças orgânicas para instituições humanitárias na Penitenciária Mário Negócio em Mossoró

Presos cultivam hortaliças orgânicas para instituições humanitárias na Penitenciária Mário Negócio em Mossoró

Internos da Penitenciária Agrícola Doutor Mário Negócio, em Mossoró, cultivam hortaliças orgânicas dentro da unidade com a finalidade de contribuir com instituições humanitárias, sem fins lucrativos e que apoiam a caridade na região. Nesta quinta-feira (17), os policiais penais doaram a produção para três instituições. O trabalho com a utilização de mão de obra carcerária no Rio Grande do Norte é uma realidade com serviços prestados em prol da sociedade na reforma de escolas e hospitais e, também, na agricultura. 


Os presos do regime fechado da Mário Negócio cultivam coentro, cebolinha, alface e rúcula. Tudo é produzido utilizando-se da oferta de águas termais do poço do estabelecimento prisional e sem uso de agrotóxicos. O projeto foi iniciado há 30 dias e já dá resultados. 


O secretário da Administração Penitenciária, Pedro Florêncio, explica que o sistema prisional do RN está sob controle, seguro e com disciplina, e segue avançando na áreas de educação e trabalho como forma de ressocialização dos internos. “Estamos comprometidos com soluções para o sistema. Em ações que envolvam a ressocialização, o trabalho e tragam benefícios para a sociedade. Presos contruíram UTIs em hospitais, reformaram escolas e carteiras escolares.  Isso é um legado de respeito e dignidade para com a sociedade e a pessoa privada com a liberdade”, disse o secretário. 


As hortaliças chegaram no abrigo de idosos Amantino Câmara, no Albergue de Mossoró (Albem) e na Associação de Apoio aos Portadores de Câncer. Na unidade foram cultivados recentemente mil pés de macaxeira e, desde o primeiro semestre, são realizados o cultivo e enxerto de mudas de caju para doação aos afetados pela seca. Uma estufa foi construída no local com a utilização de verba pecuniária doada pela Vara de Execuções Penais de Mossoró (VEP). Esse projeto é realizado exclusivamente pelas detentas. 



Para o diretor da Mário Negócio, policial penal Márcio Morais, além de cumprir a finalidade da ressocialização, a produção das hortaliças já está auxiliando instituições carentes de Mossoró. “Essa oportunidade que a Secretaria da Administração Penitenciária tem dado aos internos do regime fechado, de dar oportunidade deles trabalharem, tem garantido a redução da pena através das remições, a chance de adquirir novos conhecimentos no campo da agricultura e de colaborar com a sociedade”, disse. 


Para cada três dias de trabalho, o preso tem um dia da pena remido. O diretor, um entusiasta do trabalho como forma de ressocialização, explica que em breve serão cultivadas lavouras de milho, feijão e sorgo, além de capim para alimentar 35 cabeças de gado da unidade. 


REFORMAS 

Internos do sistema prisional estão atualmente reformando a sede do 1°  Grupamento do Bombeiro Mirim, na Escola Estadual Tiradentes, ao lado do Corpo de Bombeiros, em Natal. Eles já reformaram a Escola Machadão e os hospitais Maria Alice Fernandes, João Machado e Giselda Trigueiro. A mão de obra carcerária também está reformando carteiras escolares através de um convênio com a Secretaria Estadual de Educação. 


A Secretaria da Administração Penitenciária tem à disposição internos com aptidões diversas. São pedreiros, marceneiros, serralheiros, pintores, eletricistas, técnico de refrigeração e soldadores escolhidos para esse tipo de serviço. Todo trabalho é acompanhado de perto pela Polícia Penal.

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