A secretária estadual de Educação, Socorro Batista, fez um apelo nesta terça-feira (4) para que os professores grevistas voltem ao trabalho. A categoria está com os braços cruzados desde o dia 7 de março, para cobrar reajuste salarial de 14,95%, e tem recusado as propostas de pagamento apresentadas pelo Governo do Rio Grande do Norte.
Em entrevista ao canal Saiba Mais no YouTube, a secretária afirmou que a última proposta do governo – de pagamento do reajuste em três parcelas – é o máximo que pode ser oferecido aos professores.
“Essa última proposta faz parte de todo o esforço do governo. É preciso entender que educação não é só salário. Desejo nós temos, vontade nós temos. Mas o que a gente recebe do Fundeb já representa 82% da folha da educação. A gente fica com 17%, 18% para investimento e dependendo muito da fonte 100, do Tesouro Estadual. Temos inúmeros compromissos para honrar com a escola pública, para melhorar a escola pública do Rio Grande do Norte”, destacou Socorro Batista.
A secretária de Educação declarou que, se a reivindicação dos professores grevistas for atendida, as contas do Estado podem “estrangular”. “Se a gente fizer isso, vamos correr um risco muito sério de provocar um estrangulamento das contas. Essa organização fiscal que nosso governo, durante 4 anos, trabalhou nós podemos estrangular se a gente estabelecer isso de uma única parcela. Chegando ao risco de chegar ao fim do mês sem ter recurso. Esse fantasma paira sobre nós”, enfatizou.
Socorro Batista acrescentou que, de todas as categorias de servidores, a dos professores foi a mais beneficiada durante a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). “Os professores já tiveram 62% de reajuste no primeiro mandato. Foi a categoria que mais foi beneficiada em termos de reajuste salarial. Não temos como avançar (com a proposta), infelizmente”, destacou.
Secretária pede fim da greve dos professores no RN: “Educação não é só salário”
— 98 FM Natal (@98FMNatal) April 4, 2023
Socorro Batista afirma que a última proposta do governo – de pagamento do reajuste em três parcelas – é o máximo que pode ser oferecido aos professores grevistas. pic.twitter.com/tDGGIuta9H
A última proposta do governo
Em reunião com dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-RN), a governadora Fátima Bezerra propôs no último dia 28 de março o parcelamento do reajuste.
A governadora propôs pagar o reajuste de maneira fracionada ao longo de 2023. A primeira parcela, de 7,21%, seria paga em maio; depois 3,61% em novembro; e 3,49% em dezembro. O aumento integral só seria pago em abril para quem ganha abaixo do novo piso (R$ 4.420,55), de modo que o reajuste equipare o salário a este valor, para que ninguém receba menos que isso.
Quanto ao retroativo, a proposta segue sendo pagar em oito parcelas ao longo de 2024. Os professores da rede estadual cobram reajuste salarial integral de 14,95%.
Impacto nas contas
A implantação do reajuste salarial integral de 14,95% para os professores, somada ao pagamento do retroativo do reajuste de 2022, gerariam para a folha de pagamentos do Governo do Estado um impacto financeiro de R$ 894 milhões neste ano, segundo projeção divulgada pela Secretaria Estadual de Planejamento e Finanças.
De acordo com a pasta, o impacto financeiro mostra que a implantação do reajuste integral é inviável neste momento, diante da realidade orçamentária do Estado. O secretário Aldemir Freire explica que os R$ 894 milhões consumiriam praticamente toda a folga de caixa que o Estado tem para 2023, que é de R$ 974 milhões. Inevitavelmente, o governo passaria a atrasar salários, de acordo com a pasta.
98FM Natal
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