Homem baleado por segurança de casa noturna no RN perdeu testículo: 'Briga foi por ego'

Homem baleado por segurança de casa noturna no RN perdeu testículo: 'Briga foi por ego'
Foto: Francielly Medeiros/Inter TV Cabugi

O segundo homem baleado após discussão em uma casa noturna em Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, na madrugada de sexta-feira (8), prestou depoimento na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta segunda-feira (11). À polícia, ele afirmou que perdeu um dos testículos, por causa do tiro que o atingiu (RELEMBRE O CASO).


Ele era amigo do motorista por aplicativo Michel Teixeira de Abreu, de 29 anos, que morreu após ter sido atingido pelos disparos de arma de fogo.


O segurança do estabelecimento, principal suspeito pelo crime, também se apresentou à polícia nesta segunda (11) e prestou depoimento, mas não ficou preso. Ele afirmou às autoridades que agiu em legítima defesa.


Em entrevista à Inter TV Cabugi, o homem que foi baleado e sobreviveu relatou a sua versão dos fatos. "A briga aconteceu por conta de ego, gente embriagada, a discussão começou por conta disso”, disse.


Segundo ele, os dois amigos resolveram deixar o local após uma discussão com o segurança. Fora da casa noturna, a vítima conta que sentiu a falta do celular e retornou para procurar.


“Na portaria, me identifiquei e falei da situação do celular. Um funcionário me disse que havia sido encontrado, mas o segurança apareceu e rebateu, assim a discussão começou novamente”, afirmou.


“Consegui entrar para procurar, mas quando voltei, já estava acontecendo a briga. Imobilizei o segurança para que ele soltasse o meu amigo, que estava embriagado e depois o soltei”, completou a vítima.


A partir disso, segundo ele, o segurança teria sacado uma arma e efetuado os disparos contra Michael e, em seguida, contra ele. “Eu corri e ele começou a atirar em mim".


Mesmo após ser atingido na região genital, ele seguiu até um estabelecimento comercial próximo ao local, onde recebeu auxílio e foi levado ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.


O suspeito

A versão da briga foi confirmada por testemunhas e também pelo próprio segurança, que apresentou à DHPP na manhã desta segunda-feira e prestou depoimento. Ele alega ter agido em legítima defesa após ter sido agredido pela dupla.


Segundo o delegado da DHPP, Cláudio Henrique, responsável pela investigação, somente os laudos do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) poderão confirmar o argumento.


“Ainda estamos avaliando nossa linha de investigação, mas estamos dependendo do laudo com provas técnicas do Itep para verificar a procedência das informações”, pontuou o delegado.


O suspeito foi liberado após prestar depoimento. Como ele se apresentou dias após o crime, não houve prisão em flagrante. Sobre a arma utilizada pelo suspeito, o delegado explica que o segurança tinha a posse, mas não poderia estar portando.


“A arma está registrada e legalizada em nome dele, mas ele não tem o direito de portar na rua, apenas ter em casa. Independente do que aconteça, ele vai responder por esse porte ilegal de arma de fogo”, disse.


Com o inquérito instaurado, a Divisão Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) dará continuidade à investigação.

g1 RN

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