Raimundo José comemora 100 anos e família promove Café Centenário para festejar com amigos em Caraúbas


O bairro Leandro Bezerra em Caraúbas, interior do Rio Grande do Norte, amanheceu em festa nesta quarta-feira(15), com a grande dádiva de Deus que concedeu o centenário ao Seu Raimundo José, que com sua família festejou com muita alegria e emoção. 

Com um café comemorativo de frente a sua residência no Bairro Leandro Bezerra reuniu familiares, amigos, vizinhos para juntos agradecerem os cem anos de Seu Raimundo. 

Na oportunidade, o pastor Givanildo Leite, realizou uma ministração para agradecer a Deus as bençãos alcançadas e longevidade de Seu Raimundo.

Como disse sua filha, Rugna Begna, nas homenagens logo cedo na celebração "Estamos vivendo um dia de cada vez e somos gratos a Deus pela vida de meu pai", destacou.

Em um relato emocionante Rugna descreveu um pouco sobre nosso ilustre caraubense centenário que tem orgulho de ser sertanejo, com uma história de luta e de superação. Raimundo José, filho de Maria Pia e Antônio José (in memorian) viveu com mais 9 irmãos: Paulo José, Chico José, Antônio José, Bonifácio José, Pedro José, Zuza, Mário José, Foi machante, vaqueiro, agricultor. Teve duas famílias. Casou com a filha mais velha e depois de viúvo, casou com a filha mais nova de Zé de Lira, Maria (In Memoriam). Rugna em sua homenagem ainda destacou que quando criança, em tempos de muitas dificuldades o pai era sereno e paciente. Ainda pequenos carregavam água pra beber e água de gasto juntos. Comiam do que ele plantava: milho, feijão, arroz da terra, batata doce, que até sete anos atrás ainda vendia na porta do açougue.  Seu Raimundo é viúvo, duas esposas já faleceram e mais três filhos, um bem conhecido era Zuquinha.

Seu Raimundo tinha muitas amizades boas como seus amigos marchantes como Capitão, padrinho Noca, Gonçalo, Nero, Maro...e Dido. Esse que era também compadre como Noca. Ele é o único dos primórdios todos os irmãos já falecidos, mas tem o carinho dos diversos sobrinhos que se deslocaram de seus lugares  seja perto ou mesmo distante, para testemunhar e se alegrar com um centenário na família.

Conta-se entre a família que sua mãe vivera 106 anos, talvez ele puxou a longevidade materna. Mas o que a família tem ao certo e muito orgulho é de sua coragem e espírito trabalhador e tudo que queria corria atrás, mesmo nas coisas mais simples que para comprar farinha de mandioca atravessava cidades junto com seus amigos a pé ou, quando conseguiu comprar, cavalgava.

Seu Raimundo José com a união conjugal com dona Maria  nasceram e escaparam dois filhos (Rigno Begno e Rugna Begna) de 10 gerados. Rugna deu a primeira neta, Cristiane que  foi muito esperada tendo sido uma mistura de sentimentos, medos e emoções para a cabeça dele. Depois mais dois netos nasceram  que foram os filhos de Rigno.

Da vida de Seu Raimundo José, é interessante observar muita coisa que se fala sobre este grande homem, mesmo de poucas palavras mas de grande ternura e amor.

Hoje, com visão, audição reduzida, caminhando a passos curtos e demorados. Não se veste mais como sempre: calça e camisa social passada com um cinturão atacando. Com seu chapéu, não senta mais na calçada, mas sua marca é registrada e ninguém esquece da sua presença no açougue onde trabalhou 27 anos como marchante, na agricultura até os 92 e só deixou quando entristeceu com a perda de sua parceira. Mas venceu. Venceu a fome e a falta dágua na seca, venceu as perdas do seu gado em tempos difíceis, cólera, acidente com material, pisoteamento de um bicho bravo e por último, venceu a Covid-19, e nunca se prostrou, mas contou os dias pra esse dia, os seus 100 anos que é uma dádiva para ensinar sobre simplicidade e mesmo com suas limitações, dependendo de ajuda, ele não deixou de ser forte, um homem que ensina aos filhos que convive com ele todo dia, serem pessoas melhores a cada dia.




































































Texto: Rugna Begna 

Adaptações: Viviane Cristina

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