Força Nacional chega a Mossoró para reforçar buscas por fugitivos da penitenciária federal

Foto: Iara Nóbrega/Inter TV Costa Branca

As equipes da Força Nacional enviadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública de Brasília ao Rio Grande do Norte para reforçar as buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró começaram a chegar à cidade na madrugada desta sexta-feira (23).

No início da manhã, havia 14 viaturas da Força Nacional no Centro de Exposições de Mossoró - Expocenter - no campus da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), onde os militares vão ficar alojados.

O Ministério da Justiça autorizou o envio de cerca de 20 viaturas, um ônibus e 100 agentes da Força Nacional ao município potiguar na última segunda-feira (29).

Há 10 dias, um aparato com mais de 500 agentes federais e das polícias locais, helicópteros, drones e cães farejadores buscam pelos dois criminosos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Oeste potiguar.Há 10 dias, um aparato com mais de 500 agentes federais e das polícias locais, helicópteros, drones e cães farejadores buscam pelos dois criminosos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Oeste potiguar.

Deibson Nascimento e Rogério Mendonça fugiram na madrugada do dia 14 de fevereiro do presídio. Embora os foragidos tenham deixado algumas pistas para trás, eles ainda não foram localizados. Nesta quinta (22), a Polícia Federal prendeu três suspeitos de terem ajudado os dois fugitivos do presídio de Mossoró.

O Ministério da Justiça e o governo do Rio Grande do Norte não informaram os custos envolvidos na operação. A Secretaria de Segurança Pública do RN também não detalhou o número de agentes estaduais envolvidos, muitos deles enviados da capital do estado, Natal.

O Ministério também autorizou o envio da Força Penal Nacional, na penitenciária, por 60 dias, a partir desta sexta-feira (23). O número não informado de agentes vai atuar no reforço da área externa do presídio e no treinamento dos agentes locais.


A Defensoria Pública da União (DPU) recomendou que os policiais usem câmeras corporais nas buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. O documento também pede a realização de exame de corpo de delito e audiência de custódia imediatamente após a recaptura.

Buscas

As buscas acontecem, principalmente, em Mossoró e também em Baraúna, onde na quarta-feira (21) houve um cerco em uma operação policial.

As duas cidades são ligadas pela RN-015, estrada onde fica a Penitenciária Federal de Mossoró. A força-tarefa trabalha com a hipótese de que os fugitivos permanecem em uma região próxima à unidade prisional.

Três pessoas suspeitas de tentar ajudar os fugitivos a escapar do cerco policial foram presas, segundo confirmou a Polícia Federal nesta quinta-feira (22).

As zonas rurais e áreas de mata são focos de buscas, mas os trabalhos são dificultados pelas pelas características naturais da caatinga, o bioma da região. Os agentes enfrentam situações como mata fechada, grutas, animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões, forte insolação, calor e a época de chuva na região.

Fuga e pistas dos foragidos

A fuga de Rogério Nascimento, 35 anos, e Deibson Mendonça, 33, aconteceu no dia 14 de fevereiro e foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal desde a criação em 2006.

A última vez que os fugitivos foram vistos foi na noite de sexta (16), quando invadiram uma casa na zona rural de Mossoró, fizeram os moradores reféns e fugiram levando comida, água e dois celulares, que tiveram os sinais captados próximo à divisa com o Ceará. A casa fica a cerca de 3 quilômetros da penitenciária.

Uma residência, distante cerca de 7 quilômetros da penitenciária, também foi arrombada por eles, segundo os investigadores na noite do próprio dia 14 de fevereiro.

Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos - três deles decapitados.

Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.

Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, é acusado de assaltos no Acre. Já preso, foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.

Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

Já Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.


Por g1 RN

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